Como te descreves enquanto jogador? Não gosto muito de me retratar como jogador porque posso ter uma ideia distorcida da realidade mas creio que sou um jogador de equipa, com boa visão de jogo e sentido posicional. A agressividade ao longo dos anos foi-se transformando em alguma contenção e penso que melhorei o meu jogo ao nível da decisão.
Que tipo de jogador te atrai mais de ver numa equipa? Sem dúvida o jogador disciplinado que faça a diferença nos detalhes que foram planeados. O jogador fantasista é fabuloso de se ver mas nem é sempre eficaz ou constante.
Olhando para o jogo e enquanto jogador, sistemas e dinâmicas referentes ao modelo de jogo, tens preferências? Sim. Gosto bastante do 4-2-3-1 com os extremos a fazer jogo interior e por consequência os laterais a dar profundidade. Neste sistema extremos de pé contrário! Também gosto de ver o 4-4-1-1 com um MCO a fazer os movimentos de rotura onde os extremos são de origem natural privilegiando o cruzamento, mas claro e la está, tudo depende dos elementos e dinâmicas que temos.
Parte da tua formação foi como médio, foi determinante para que observes o jogo de outra forma? Creio que sim. Tal como disse hoje em dia já não sou tão agressivo como antigamente mas na formação faltava-me bastante essa componente. Ir ao choque ou lutar pela bola era algo que eu sentia ser uma debilidade e quando fui adaptado a central, acredito que despertou essa “especialidade” e tornar-me melhor jogador. Sempre tive algum à-vontade na primeira fase de construção devido à maior parte da minha formação ter sido feita no meio campo. Ler o jogo desde trás facilita também um pouco mais.
Sendo tu Defesa Central, jogar com 15m nas tuas costas ou 40m? Que opinião tens? Sem ser hipócrita, isso é o jogo que o dita. Há equipas que se sentem melhor a 15m e outras a 40m. Adoro jogar a 40m quando me sinto confortável com a pressão que tenho à minha frente. Se sentir que não somos eficazes assim, baixar as linhas é uma opção válida.
Marcação H-H ou zona? A evolução tática do jogo e dos treinadores ajudou-te enquanto jogador? Penso que a zona é mais eficaz. Zona significa também responsabilidade pela nossa área de ação. Sim, sem dúvida. Hoje em dia já se trabalha consoante as características de cada um e o jogador já está muito mais apto para partilhar ideias com o treinador sem que seja sancionado.
Consideras-te um jogador mais valioso quanto mais vezes integras o processo ofensivo da equipa? Valioso não diria, mas mais útil talvez. Gosto bastante de participar no processo ofensivo e quando há uma assistência vinda de um passe diagonal ou em rotura fico muito feliz.
Qual a tua referência enquanto jogador? Paolo Maldini e Rui Costa.
Qual o melhor momento que já viveste no futebol? Felizmente já vivi muito bons momentos mas destaco no Belenenses a subida de divisão e o apuramento para a Liga Europa e a 2ª época na MLS.
Qual jogador adversário foi mais difícil defrontar? Daria uma boa dor de cabeça mas diria Giovinco.
Um desafio, qual o melhor XI que já defrontaste? Rui Patrício, Danilo, Garay, Otamendi, Alex Sandro, Matic, Enzo Perez, Kaká, Giovinco, Drogba e David Villa.
Comments